A notícia a respeito deles chegou aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia (Atos dos Apóstolos 11.22)
Alguns domingos atrás, estudamos o capítulo 11 de Atos, que relata a história da igreja em Antioquia. Nesse texto, o autor Lucas faz questão de destacar a presença dos obreiros — Barnabé e, posteriormente, Saulo — e também, ao final do capítulo, o comportamento daquela amada igreja, o que lhes rendeu inclusive o título de cristãos, usado ali pela primeira vez. Todavia, o meu intuito com esta pastoral não é falar nem sobre os crentes de Antioquia, nem sobre os obreiros, mas sim sobre a igreja de Jerusalém.
Perceba que, no verso 22 deste capítulo, Lucas nos mostra o comportamento da igreja em Jerusalém. Ao ouvir a notícia de que o número de crentes crescia em Antioquia, ela decide enviar um obreiro aprovado e conhecido pelos discípulos e pela liderança da igreja. Trata-se de Barnabé, cuja primeira aparição ocorre em Atos 4.36–37, quando decide vender suas terras e ofertar todo o dinheiro à igreja em Jerusalém. Mais adiante, ele aparece novamente quando Paulo regressa a Jerusalém após sua conversão, foi Barnabé quem o levou até os apóstolos (Atos 9.27). Neste capítulo, ele aparece mais uma vez, agora como o obreiro enviado para trabalhar naquela igreja que nascia em Antioquia. Após descrever seu ministério (v. 23), Lucas destaca suas qualidades como servo do Senhor, chamando-o de “um homem bom, cheio de fé e do Espírito Santo” (v. 24).
Falo agora como pastor, esse é o tipo de pessoa que a gente nunca quer abrir mão. Pelo contrário, pessoas com essas qualidades são exatamente aquelas que mais desejamos ter por perto. Mas os apóstolos, que estavam em Jerusalém, sabiam de algo fundamental: o Reino de Deus é maior do que a igreja local. Investir no Reino é parte essencial da nossa identidade e da fé que confessamos. Enviar um obreiro como Barnabé para trabalhar em outro campo não era uma perda, era um investimento em algo muito maior. O crescimento do evangelho de Cristo entre os não judeus. Por isso, essa simples ação de enviar Barnabé a Antioquia reflete o caráter de uma igreja comprometida com o avanço do Reino de Deus.
Esse chamado continua válido para nós hoje. Louvamos a Deus pela nossa igreja, que tem procurado viver essa realidade ao longo de seus 42 anos de existência. Temos o privilégio de afirmar que nossos membros sustentam missionários no campo por meio de suas ofertas, têm sido fiéis nos dízimos para o sustento da igreja local e, mais recentemente, se uniram para a plantação da Igreja Presbiteriana de Horizonte, no Ceará. Somos constantemente chamados a investir no Reino, seja como a igreja de Jerusalém, enviando pessoas, seja como fazemos hoje, com apoio financeiro e nossas constantes orações.
Por isso, lembre-se: uma igreja verdadeiramente viva é aquela que investe no crescimento do Reino de Deus. Que essa continue sendo a nossa marca, para a glória do Senhor.