1 Pe. 5.1-5
“¹ Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
² Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
³ Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
⁴ E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória.
⁵ Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”
O chamado de Deus para o presbítero na IPB é o chamado de Deus para pastorear a Igreja do Senhor, ladeados pelo pastor titular da Igreja, como auxiliares, olhando sempre para Cristo como modelo, como nosso pastor Supremo a quem devemos prestar contas.
Infelizmente, nos últimos anos, o mundo tem sido a nossa carta e o que se vê por lá, está se vendo também dentro da Igreja. Presbíteros estão se espelhando nos procedimentos de deputados, vereadores e políticos em geral, pensando somente em seus mandatos como se fora uma pepita de ouro. Não estão velando pela Igreja, não se interessam pelos que pensam seus irmãos e só mudam de procedimento quando seus mandatos estão em perigo.
Os presbíteros no sistema de governo da IPB, devem ter em mente que o encargo que lhes pesa sobre os ombros é um grande privilégio, mas também, e, precipuamente, um ministério de grande responsabilidade, de administrar uma instituição divina para a qual Deus os vocacionou. Assim era na Igreja primitiva e assim deve ser, com as devidas proporções e circunstâncias, nos dias atuais. Vejamos:
1) Os presbíteros eram eleitos pela Igreja sob jornada de Jejum e oração (At. 14.23); 2) Deliberavam sobre assuntos doutrinários ((Atos 15.1-6); 3) Comissionavam (Atos 15.22); 4) Trabalhavam com os apóstolos (Atos 15.23); 5) Decretavam (Atos 16.4); 6) Pastoreavam a igreja local, supervisionando (Atos 20.17, 18, 28 e 32); 7) Deliberavam sobre a vida pessoal (Atos 21.18-25); 8) Faziam parte da ordem da Igreja (Tito 1.15); 9) Visitavam (Tg. 5.14); 10) Pastoreavam (1 Pedro 5.1).
O ofício de presbítero é um ministério especial, vindo de Deus, para servir a Deus e à Igreja. Há presbíteros, infelizmente, que agem em favor de interesses localizados, agradando a segmentos (jovens e ou adolescentes) e até a família. Os interesses do Reino e da Igreja são secundários e os votos do presbítero, perante a Igreja no dia da sua ordenação, caem no esquecimento. O presbítero é um homem de Deus, pastoreia e serve a Igreja, não sendo, como pensam, somente um intermediário do Conselho para atender as reivindicações de grupos, quaisquer que sejam e por mais bem intencionados que pareçam.
O bom andamento do pastorado depende do apoio e do auxílio dos presbíteros regentes. Vejamos as atribuições que a IPB outorga aos presbíteros eleitos:
a) Levar ao conhecimento do Conselho as faltas que não puder corrigir por meio de admoestações particulares. Esse papel, extremamente importante, diz respeito ao esforço individual do presbítero em buscar o irmão faltoso para dar solução ao problema, antes de levar o assunto ao Conselho. O presbítero é um pastor auxiliar do pastor, conselheiro, amigo, um pai, irmão mais velho e mais maduro na família cristã. Levar problemas ao Conselho é muito fácil, difícil é resolver, dar solução. Detalhe significativo nessa prescrição constitucional é o aspecto particular da admoestação, não pública, razão pela qual o presbítero deve agir com descrição, sabendo guardar segredo a respeito do que não pode e não deve tornar público. b) Auxiliar o pastor no trabalho de visitas; isso não quer dizer que é obrigação do presbítero acompanhar o pastor nas visitas, mas, nos momentos em que no seu tempo, possa se organizar para isso. Como também não é só obrigação do pastor visitar os membros. Há visitas de caráter pastoral e há visitas que são próprias do Conselho. Essa é uma oportunidade para que o presbítero possa assistir pastoralmente os membros da Igreja, podendo assim estreitar vínculos de amizade, interagir com as ovelhas e conhecer o estado espiritual de cada uma. O que não pode é o presbítero visitar apenas os seus afins e somente para com estes demonstrar qualquer tipo de preocupação. c) Instruir os neófitos, consolar os aflitos e cuidar da infância e da juventude, que não é tarefa apenas do pastor da Igreja; d) Orar com os crentes e por eles; e) Informar o pastor dos casos de doenças e aflições. O que o legislador está dizendo é que o presbítero tem a responsabilidade de tornar eficiente o ministério do pastor e de colaborar com ele na ação espiritual de assistir o seu rebanho. O presbítero não é um mero informante, mas um ministro auxiliar que chega antes do pastor em qualquer problema ou drama por que esteja passando alguém da Igreja. f) Distribuir os elementos da Santa Ceia. Os sacramentos são meios de graça por meio dos quais o Senhor abençoa e alimenta o seu rebanho e esse privilégio coloca o presbítero, às vezes, em certos constrangimentos quando é relapso, negligente, que nada conhece a respeito dos irmãos, que não visita e nem cumprimenta com amor e simpatia, e ali, na cerimônia da ceia, ao estender a bandeja, causa repulsa e indignação. g) Tomar parte na ordenação de ministros e oficiais. O impor as mãos para consagrar, abençoar alguém eleito é um momento grave e de séria responsabilidade. Isso significa que a vida moral e espiritual dos oficiais no sentido de impor as mãos para instalar e abençoar seus colegas de ministério é muito séria. h) Representar o Conselho no Presbitério, este no Sínodo e no Supremo Concílio. O presbítero regente exerce funções na igreja local, mas também nos concílios superiores.
O Manual Presbiteriano orienta e estimula a que conheçam e exerçam o ofício de acordo com sua vida sã e piedosa, de arautos das doutrinas e do governo da Igreja, como homens de boa índole, modelos na família e dos quais a sociedade fala bem. O ofício não é para os que vivem em desacordo com a Palavra de Deus e com as leis, incompetentes, desinteressados, preguiçosos em crescer e por isso mesmo criticados até dentro da própria casa, pela esposa e pelos filhos.
Quem não pode exercer o ofício que não aceite a indicação. Que Deus nos conduza debaixo de sua graça para que homens consagrados e abençoados sejam eleitos para a glória de Deus.