Estamos há uma semana de nossa Assembleia Geral Extraordinária e falamos semana passada sobre o ministério do presbítero, e agora vamos abordar o assunto relacionado com o diaconato.
Infere-se, de Atos 6, que é grande a responsabilidade da Igreja, também, na escolha dos diáconos. Diz-se por aí que o “diaconato é para os homens que sobram na Igreja”, do que naturalmente insisto em discordar.
A tarefa do diácono é relevante. As atribuições explicitadas no Artigo 53 da CI-IPB devem ser assumidas primeiramente pela Igreja que é quem dá as condições financeiras e assistenciais para o exercício do diaconato. Ou seja, não é tarefa do diácono servir em função do ofício, mas é a congregação que deve servir, por meio dos diáconos. Assim, a Igreja poderá entender que esse ministério de misericórdia está em consonância com o da Igreja primitiva “… distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade”.
A Igreja sem a visão de ter “tudo em comum”, de olhar para os que têm menos e para os que sofrem escassez em suas despensas, pouco contribui para que o ministério diaconal seja um instrumento de verdade e de tornar essa ação um exemplo positivo do serviço que se requer da Igreja. Assim, ao invés de permitir e aceitar que a congregação atribua todo o trabalho para ele, o diácono deve, primeiramente, resistir à tentação de fazer tudo sozinho, e convocar a Igreja para trabalhar através dele.
Nesse afã, há coisas importantes a cargo do diácono, como: 1) Convocar a Igreja a verificar as necessidades dos menos favorecidos e envolver a todos no ministério de servir, em espírito de amor e misericórdia; 2) Coletar e administrar os donativos e distribuí-los em nome da Igreja àqueles com necessidade pessoal e familiar; 3) Confortar e incentivar esses
membros necessitados a que recebam ajuda da Igreja como prova de amor dos seus irmãos.
O Diácono, além de boa reputação e cheio do Espírito Santo, deve ser cheio de sabedoria a ponto de saber e perceber onde e qual o tipo de ajuda que se faz necessária, de família para família.
A compreensão de que o ofício de diácono é secundário e até insignificante em nada justifica a pretensão de muitos homens só pelo presbiterato. O que é o diaconato em nossos dias?
Não podemos votar em qualquer um por ligações pessoais, ou ainda por laços de parentesco, pensando mais na pessoa do que naquele ministério. O diácono, assim eleito, somente demonstrará a incompetência desconhecida pela congregação, a qual ainda pensa que o diácono é o que troca lâmpadas, que conserta instalação elétrica, que desentope pias e sanitários, que muda telhas, que vigia os namorados dentro e fora do templo, que esbraveja com os peraltas ou que fica no hall do templo e que toma conta dos carros dos que vão à Igreja.
Essa compreensão do diácono pedreiro, carpinteiro, encanador, eletricista e mais recentemente, guardador de carros, diminui a grandeza da vocação. Claro que a Igreja precisa de diáconos que trabalhem de pedreiro, que entendam de carpintaria, que sejam eletricistas, sabendo, no entanto, que não foram eleitos, ordenados e investidos no ofício
somente para resolver os problemas físicos do templo e suas dependências. Diácono também visita os crentes, ensina na Escola Dominical, prega o evangelho e discipula as pessoas. O diácono também escreve, preside, socorre os necessitados, o Diácono é um homem que Deus chamou para um serviço à Sua causa e à Igreja no ministério de misericórdia.
Quais os requisitos que a Palavra de Deus recomenda para o que aspira ao ofício de diácono: 1) Ser vocacionado; 2) Ter boa reputação; 3) Ser cheio do Espírito Santo; 4) Ser cheio de sabedoria; 5) Ser respeitável; 6) Ter uma só palavra; 7) Não inclinado a muito vinho; 8) Não cobiçoso de sórdida ganância; 9) Marido de uma só mulher; 10) Que governe bem sua própria casa.
O que aspira ser um bom diácono deve cuidar de sua vida espiritual, da doutrina, da casa de Deus, (antes, durante e depois do culto), ter vida de oração e comunhão com Deus, evidenciando provas de um espírito serviçal, evitando espírito de murmuração e insatisfação com o Conselho, com a Igreja e com seu trabalho, para que possa cumprir o ensino de Paulo em 1 Tm. 3.13.
Que Deus nos abençoe a termos Diáconos que farão a obra do Senhor com todo empenho e dedicação para a glória dEle e o bem da Igreja.