“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas; A ele, pois, a glória eternamente. Amém.” (Romanos 11.36)
Gostaria de começar essa pastoral dizendo que existe alguém que está roubando a sua alegria: você mesmo.
Nós vivemos em uma era em que o individualismo, a exaltação do “eu” e a busca por prazer imediato são quase tratados como virtudes. Desde cedo somos moldados por uma cultura que coloca o ser humano no centro de tudo. A mensagem repetida é: “basta olhar para dentro, basta conquistar seus sonhos, basta ser você mesmo e tudo se resolverá.”
Mas, apesar das inúmeras promessas de satisfação, nunca a humanidade teve acesso a tantos recursos, distrações, tecnologias, conforto e possibilidades — e, ao mesmo tempo, nunca estivemos tão ansiosos, vazios e deprimidos. A conta não fecha. A promessa não entrega. A alma continua com sede, sedenta, buscando por algo que não consegue encontrar. E por quê?
Porque, quando o mundo afirma que o sentido da vida começa e termina em nós mesmos, estamos sendo conduzidos a um caminho que inevitavelmente termina em frustração. Nós não fomos criados para ser o centro. Carregar o peso de sustentar nossa própria alegria é um fardo insuportável para qualquer ser humano. Somos falhos, limitados e marcados pelo pecado. Por isso, o caminho da autossuficiência e da autosatisfação sempre leva ao descontentamento.
É aqui então que Romanos 11.36 surge como uma verdade que liberta: Paulo encerra esta doxologia como alguém que, diante da grandeza de Deus, reconhece seu devido lugar. Ele declara que tudo tem origem em Deus, é sustentado por Deus e existe para a glória de Deus. Essa é a chave que redefine a vida. É o eixo que recoloca nosso coração no lugar certo. Enquanto insistirmos em viver como se fôssemos os protagonistas absolutos da história, estaremos destinados ao esgotamento. Mas quando nos rendemos ao centro verdadeiro, o Senhor Jesus Cristo, descobrimos o propósito para o qual fomos criados. Portanto, lembre-se:
1. Jesus é o centro.
O verso que lemos está desmontando a grande ilusão moderna: a de que somos autores da nossa própria existência. Não somos o centro do universo. Não somos a fonte da verdadeira alegria. Não somos capazes de gerar sentido para a vida apenas olhando para dentro. Somente quando nos retiramos do trono e reconhecemos o senhorio de Cristo é que encontramos descanso.
2. Tudo é para Ele.
Nossos dons, trabalho, relacionamentos, sonhos, recursos, tudo deve ser colocado aos pés de Jesus. O mundo constantemente tenta desviar nossos olhos para o que é temporário, para prazeres passageiros que, embora ofereçam alívio momentâneo, não sustentam o coração. Somente aquilo que é eterno pode produzir contentamento real. Somente o senhorio de Cristo será suficiente para os nossos corações. Viver para Ele não é perder a vida, é encontrá-la.
3. A Ele seja a glória para sempre.
Este é o grande segredo da vida. Fomos criados para glorificar a Deus. Existimos para refletir Sua glória e expressar Seu caráter onde quer que estejamos. A tentativa de buscar nossa própria glória, sucesso ou reconhecimento como fonte de significado só nos afasta do que realmente nos preenche. Você pode conquistar tudo o que deseja, carreira, estabilidade, admiração, bens e ainda assim continuar profundamente insatisfeito. Porque nada disso consegue dar à alma o que apenas Deus pode oferecer. Nunca se esqueça que a glória humana é breve. A glória de Deus, por sua vez, é eterna.
