Ao considerar a obra de Cristo em favor do seu povo, os teólogos costumam ensiná-la a partir de uma divisão em duas etapas: o estado de humilhação de Cristo, que consistiu na sua encarnação, sofrimento, morte e sepultamento; e o estado da exaltação que consistiu na ressurreição, ascensão, sessão à direita do Pai e será concluída com o seu retorno triunfal. Neste breve pastoral, quero compartilhar com os irmãos um artigo escrito pelo teólogo J.I. Packer acerca do significado da ascensão de Cristo. Espero que você seja edificado com a leitura e desfrute, de forma mais consciente, dos benefícios da ascensão do nosso Senhor. A ascensão de Jesus foi um ato de seu Pai ao retirá-lo do olhar fixo de seus discípulos nas alturas (um sinal de exaltação) e envolvê-lo numa nuvem (um sinal da presença de Deus). Essa não foi uma forma de viagem espacial, mas a segunda parte (sendo a ressurreição a primeira) do retorno de Jesus das profundezas da morte ao apogeu da glória. Jesus predisse a ascensão (Jo 6.62; 14.2, 12; 16.5, 10,
17, 28; 17.5; 20.17), e Lucas descreveu (Lc 24.50-53; At 1.6-11). Paulo a celebrou e afirmou o consequente senhorio de Cristo (Ef 1.20; 4.8-10; Fp 2.9-11; 1Tm 3.16), e o escritor de Hebreus aplicou essa verdade para encorajamento dos corações pusilânimes (Hb 1.3; 4.14; 9.24). O fato de ter sido Jesus Cristo entronizado como senhor do universo deve servir de enorme encorajamento para todos os crentes.
A ascensão foi, de um ponto de vista, a restauração da glória que o Filho tinha antes da encarnação; de outro ponto de vista, foi a glorificação da natureza humana de um modo jamais acontecido antes, e, de um terceiro ponto de vista, foi o começo de um reino que nunca havia sido exercido dessa forma. Aascensão estabelece três fatos:
1. A subida pessoal de Cristo. Jesus ascendeu ao lugar de poder, concebido como um trono, à mão direita do Pai. Sentar-se nesse trono, como o grão-vizir da corte persa costumava fazer, é ocupar a posição de governador executivo como representante do monarca (Mt 28.18; Ef 1.20-22; 1Co 15.27; 1Pe 3.22).
2. A onipresença espiritual de Cristo. No santuário celestial da Sião celestial (Hb 9.24; 12.22-24), Jesus é acessível a todos os que o invocam (Hb 4.14), e ele é poderoso para ajudá-los, em qualquer parte do mundo (Hb 4.16; 7.25; 13.6-8).
3. Ministério celestial de Cristo. O Senhor reinante intercede por seu povo (Rm 8.34; Hb 7.25). Embora a petição ao Pai seja parte da atividade intercessória (Jo 14.16), a essência da intercessão de Cristo é a intervenção em nosso favor (desde seu trono), e não súplica em nosso favor (como se sua posição fosse de compaixão sem status ou autoridade).
Com soberania, ele agora nos concede profusamente os benefícios que seu sofrimento conquistou para nós. Você já tinha parado para refletir em todas estas verdades acerca da ascensão de Cristo? Espero que eles abençoem a tua vida, fortaleçam a tua fé e produzam encorajamento para a vida cristã. Que o Senhor te abençoe ricamente. Em nome de Jesus. Amém.
Rev. Davi Wallace