Nosso congresso da família está chegando e o tema esse ano será: “Família alicerçada no propósito de Deus”. Será um congresso sobre família, mas, a família à luz da cruz. A família é uma fonte de bênção de vida, mas também de terror excruciante, não raro ao mesmo tempo! Isso se aplica, de igual maneira, à cruz.
Na cruz, vemos tanto a maldição terrível do pecado, o juízo de Deus, quanto a bênção divina ao salvar o mundo. Na cruz, Jesus confrontou a “alegria que o esperava” e, de igual modo, precisou não “se importar com a vergonha” (Hb. 12.2).
Nossa família pode ser cheia de alegria, mas sempre nos torna vulneráveis à dor. E tanto a alegria quanto a dor apontam para o mesmo lugar: a cruz. Nada é capaz de mostrar que você é amado e pertence a um lar como a família. E nada é capaz de privá-lo de suas almejadas pretensões e ilusões confortantes como a família. Conforme Jesus explicou, não importa se a casa está construída sobre a areia movediça ou sobre a rocha firme, as tempestades que acompanham ser família podem nos fazer sentir perdidos diante dos ventos uivantes ao nosso redor. E com a família, assim como acontece com a tempestade no mar, reconhecemos inevitavelmente que somos incapazes de fazer qualquer coisa em relação ao que nos assola.
No entanto, para aqueles de nós que estamos em Cristo, as tormentas não devem causar surpresa. Não precisam nos fazer entrar em pânico, nem nos destruir. Apior coisa que pode lhe acontecer não é o que você suportou com sua mãe ou seu pai. A pior coisa que pode lhe acontecer não é sua irmã, que não fala com você. A pior coisa que pode lhe acontecer não é o cônjuge o abandonar ou trair, ou mesmo morrer. A pior coisa que pode lhe acontecer não é ver seu filho se rebelar contra você ou até mesmo enterrar o próprio filho, por mais terrível que tudo isso seja. A pior coisa que pode lhe acontecer é morrer sob a condenação divina, suportando todo o peso da sentença de morte e do inferno. Se você está em Cristo, isso já foi vencido. Você não é apenas um sobrevivente, mas um filho amado, um herdeiro de tudo. Ainda assim, é difícil lembrar-se de tudo isso quando sua vida parece ser sacolejada de um lado para o outro em mares tempestuosos.
Quaisquer que sejam suas tempestades, porém, você não está em águas inexploradas. O salmo 107 evoca isso muito bem. Os discípulos de Jesus devem ter se lembrado dessa passagem enquanto balançavam de um lado para o outro na tormenta súbita nas águas da Galileia. O pânico na mente e na voz deles é palpável, sobretudo no relato feito por Marcos. Jesus, porém, dormia em um canto. Os discípulos não podem ser julgados por se ressentirem disso e indagarem: “Mestre, vamos morrer. O Senhor não se importa?” (Mc.4.38). Jesus despertou, mas não com o alarme injetado de adrenalina correndo pelas veias como a maioria de nós esperaria. Ele disse à tempestade: “Silêncio! Aquiete-se” (Mc. 4.39), e ela se foi. Em outra ocasião o mesmo padrão se repetiria. O barco estava em meio à tempestade e lutava “contra as ondas, pois um vento forte havia se levantado” (Mt. 14.24). Jesus mais uma vez, agiu com calma sobrenatural, andando sobre as águas assoladas pela tempestade. Quando Pedro tentou se unir a Ele, foi derrubado, não tanto pela tormenta em si, mas pelo próprio pânico. “Mas, quando reparou no vento forte e nas ondas, ficou aterrorizado, começou a afundar e gritou: Senhor, salva-se!” (Mt. 14.30). Jesus, é claro, o tomou pela mão.
Nesse gesto, fez o mesmo que faria por todos nós. Ele suportaria o sinal de Jonas: iria para dentro da tempestade do pecado, da morte e do inferno e nos carregaria pela mão, a fim de nos puxar para fora em segurança, rumo ao lar. Jesus não entrou em pânico por causa da tempestade, assustadora de verdade, na cruz.
Não sei qual é a sua situação, sei, porém, que você faz parte de uma família. Alguém moldou você. Alguém o está moldando. E alguém o moldará. Também sei disto: por vezes, qualquer lar que você criar para si parecerá assolado por uma tormenta incontrolável. A fim de atravessá-la precisamos reconhecer porque a família é tão importante para nós e por que ela jamais pode ser o ponto final para nós. Precisamos enxergar a família com clareza, mas é necessário que vejamos além dela. O único porto seguro para uma família assolada por tempestades é um lar marcado pela cruz de Jesus.
Por isso, veremos esse assunto nesse congresso, família alicerçada no propósito de Deus, para que busquemos respostas para uma família assolada pelas tempestades, mas que é marcada pela presença da cruz de Jesus em nossas vidas. Participe conosco do congresso, faça sua inscrição e busque a bênção de Deus sobre sua família nestes dias de refrigério e ministrações que receberemos para a glória de Deus.
Rev. Izaias Cunha
Pastor da IPB Filadélfia