Boas Novas em tempos de crise
“Então, disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas-novas, e nós nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, seremos tidos por culpados; agora, pois, vamos e anunciemos à casa do rei” (2 Reis 7.9).
O menino chegou bastante cansado depois de uma manhã exaustiva na escola. Saiu de casa por volta das seis e meia da manhã e só retornou lá pelas treze horas. Tinha caminhado mais de quatorze quilômetros a pé por estradas empoeiradas, cheias de aclives e declives. Chegou em casa exausto e faminto. Sua mãe o recebeu com um sorriso e contou que tinha um presente para ele. Seus olhos se encheram de brilho e de expectação. Imediatamente sua mente começou a pensar: – “será que vou ganhar um porquinho de presente? Quem sabe um galinho piquira?” Porém, a surpresa era muito maior. A mãe lhe disse que o presente estava escondido no paiol. Correu para lá cheio de alegria e ofegante abriu a porta barulhenta e pesada. Entrou e viu uma caixa enorme. O que seria aquilo? Então leu as palavras escritas com letras garrafais: MONARK. Quando percebeu do que se tratava ficou sem palavras. Suas pernas ficaram trôpegas. Ele tinha ganhado uma bicicleta de presente. Aquilo era demais para um menino da roça. Boas-novas são sempre assim. Estão sempre além dos nossos sonhos mais ousados.
Quando os quatro leprosos voltaram gritando à porta da cidade trazendo boas-novas de esperança para todo o povo, jamais alguém poderia esperar que eles trouxessem informações tão preciosas. O povo estava isolado dentro das muralhas da cidade de Samaria. Todo o estoque de comida já havia acabado. Ninguém podia sair para buscar alimento, pois do lado de fora o exército inimigo aguardava apenas o momento decisivo para invadir a cidade e destruir a todos. A fome era tão severa que uma cabeça de jumento era vendida por oitocentos gramas de prata, o equivalente nos valores atuais a dois mil e quinhentos reais. O desespero pela fome era tanto que algumas mães queriam comer os próprios filhos.
Foi nesse cenário de desespero profundo que os quatro leprosos proclamaram as boas-novas. Avisaram o rei que o acampamento dos siros estava vazio, todos os soldados haviam desaparecido e abandonaram os animais, as tendas e tudo o que possuíam. O despojo era muito grande. Depois que o rei averiguou a exatidão da mensagem ainda incrédulo, todo o povo saiu alegremente da cidade e saqueou o acampamento de tal forma que a abundância e a fartura voltaram a reinar em Samaria a ponto de se vender sete litros e meio de farinha por cinco reais nos valores atuais.
Agora imagine quão maior e mais alvissareiras são as boas-novas do evangelho. Essa é a grande e transformadora notícia: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). A boa nova do evangelho é bem maior do que despojo de guerra, bem melhor do que bicicleta e o mais fantástico é que nós já recebemos esse grande presente, ele já veio, ele é Jesus Cristo.