Considere-se morto!
Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus” (Rm 6.11).
Você deve andar com sua certidão de óbito no bolso. Eu explico! É que o apóstolo Paulo está respondendo à pergunta insinuadora dos libertinos: “Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?” (Rm 6.1). Esses expoentes da licenciosidade, haviam entendido mal o ensino apostólico: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20). O argumento do veterano apóstolo é demolidor às pretensões imorais dos libertinos: Não podemos viver para o pecado, se para o pecado já morremos (Rm 6.2). Refutando, portanto, os libertinos e ensinando a igreja sobre a nova vida em Cristo, Paulo faz uma transição da justificação para a santificação, destacando três verdades sublimes:
1) O QUE DEVEMOS SABER (Rm 6.6). Devemos saber que já foi crucificado com Cristo o nosso velho homem. O velho homem não é o nosso homem interior, mas o nosso homem anterior. Nossa morte com Cristo é um fato legal e consumado e, por isso, deve ser matéria do nosso conhecimento. Fomos crucificados com ele. Morremos com ele. Sua morte foi a nossa morte, pois estávamos nele. Como Cristo ressuscitou para não mais morrer, nós ressuscitamos com ele para uma nova vida. Sendo assim, morremos para o pecado de uma vez para sempre, para vivermos para Deus também para sempre. Essa verdade deve dominar nossa mente mais do que agitar nosso coração.
2) O QUE DEVEMOS CONSIDERAR (Rm 6.11). Apóstolo Paulo dá mais um passo rumo ao ensino sobre nossa santificação e diz que precisamos considerar-nos mortos para o pecado. Nossa morte legal para o pecado deve ser agora considerada experimental e constantemente por nós. Sempre que o pecado quiser impor sobre nós o seu reinado, precisamos tirar a certidão de óbito do bolso e dizer que não vamos mais atender às suas ordens porque estamos mortos. Paulo é categórico em informar que “quem morreu está justificado do pecado” (Rm 6.7). O reinado do pecado sobre o nosso corpo mortal acabou. Não precisamos mais obedecer às suas paixões. Esse rei perverso que nos mantinha no cativeiro foi destituído. Fomos libertados. Somos livres. Quando a tentação bater à porta do nosso coração com seus encantos e apelos, devemos considerar isso: estamos mortos!
3) O QUE DEVEMOS OFERECER (Rm 6. 13). Ao sabermos que fomos crucificados com Cristo e considerarmos que estamos mortos em Cristo e vivos para Deus, não temos mais obrigação de oferecer os membros do nosso corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade. A contrário, devemos oferecer-nos a Deus, como ressurretos dentre os mortos e os membros do nosso corpo como instrumentos de justiça. Nossos olhos não devem mais contemplar o que é mal. Nossos ouvidos não devem mais se dispor a ouvir o que não edifica. Nosso paladar não deve mais degustar o que nos é prejudicial. Nossas mãos não devem praticar o mal nem os nossos pés andar por caminhos tortuosos. O pecado não tem mais domínio sobre nós, uma vez que não estamos mais debaixo da lei, e sim da graça. O reinado da graça nos faz verdadeiramente livres; livres não para pecar, mas livres para vivermos em santidade.
Rev. Hernandes Dias Lopes