Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão. Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade. Feliz o homem que enche deles a sua aljava; não será envergonhado, quando pleitear com os inimigos à porta. (Salmo 127.3-5)
No Salmo 127 somos lembrados de uma verdade maravilhosa “é a bênção do Senhor que sustenta nossas vidas e nossas famílias”. Apesar de todo esforço humano, seja na construção de casas, projetos ou família, se torna vão quando não está debaixo da direção e do cuidado de Deus. Mas quando o nosso Deus está presente, até as tarefas que parecem ser as mais simples se tornam frutíferas e carregadas de bençãos. É com esse propósito então que o salmista fala dos filhos como um presente do Senhor. A palavra usada para “filhos”, no hebraico, também carrega o sentido de “edificadores”, mostrando assim que, sob a bênção de Deus, eles são parte essencial da construção da família. Por isso, como bem afirmou Charles Spurgeon, este é o “Salmo dos Edificadores”. Afinal, como afirmam as Sagradas Escrituras “Pois toda casa é estabelecida por alguém, mas aquele que estabeleceu todas as coisas é Deus.” (Hebreus 3.4).
Como temos refletido ao longo deste mês sobre o tema da família, quero hoje olhar com mais atenção para o presente que são os filhos. Quando os reconhecemos como herança do Senhor, isso muda profundamente nossa postura diante deles. Os pais que verdadeiramente compreendem esse chamado aprendem a confiar em Deus para o sustento e proteção de seus filhos. Quando cremos na verdade do evangelho vemos nossos filhos como um tesouro dado a nós, do qual prestaremos contas ao próprio Senhor. Isso nos leva então à responsabilidade de criá-los no temor de Deus, com oração constante, especialmente nos momentos de dúvida ou fragilidade. Criar filhos para a glória de Deus não é tarefa fácil, mas é um ato de amor verdadeiro. E mesmo que nossos filhos não pertençam a nós, fomos escolhidos para o privilégio de conduzi-los com fé e dedicação.
E saiba meu irmão, quando essa missão é vivida com seriedade e dependência da graça de Deus, os frutos começam a aparecer. Filhos bem ensinados se tornam motivo de profunda alegria para os seus pais. Eles são o reflexo da sabedoria e do amor com que foram guiados. E uma das coisas mais belas dessa vida é ver que com o tempo, os filhos tornam-se apoio e consolo na velhice dos pais. Mais que isso, carregam consigo os valores recebidos e os transmitem adiante, edificando suas próprias famílias debaixo da mesma bênção. No entanto, é importante lembrar, não existe fórmula perfeita. A criação de filhos não segue um roteiro exato. Apesar de todo nosso esforço e ensino, somente o Espírito Santo pode transformar o coração deles. Ainda assim, nossa responsabilidade é clara, devemos ensinar, amar, orar e modelar aquilo que cremos, na esperança de que eles também escolham no tempo determinado pelo Senhor viver para a glória de Deus.
Finalmente meus irmãos, oremos para que o Senhor nos ajude a edificar nossas casas com sabedoria, temor e esperança, lembrando sempre que “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” (Salmo 127.1).