O dia de ontem, 8 de março, foi estabelecido como o “Dia Internacional da Mulher”. Aproveitamos essa data para
fortalecer nossos princípios e valores guiados e direcionados pela Palavra de Deus, mas, antes, cabe uma exposição
curta e objetiva a respeito do assunto.
O movimento feminista passou por diversas ondas ao longo da história, cada uma com seus próprios objetivos e
reivindicações. A primeira onda, no final do século XIX e início do século XX, focou no direito ao voto e na
participação política das mulheres. A segunda onda, a partir da década de 1960, ampliou suas pautas para questões
como o mercado de trabalho, a liberdade sexual e a igualdade jurídica. Dentro desse contexto, o “Dia Internacional
da Mulher” foi instituído como uma forma de promover os direitos femininos, contudo, sua origem está ligada a
movimentos socialistas e sindicalistas, o que explica sua forte conotação política e ideológica.
Além de suas origens socialistas, a data tem sido frequentemente utilizada para promover pautas incompatíveis
com a visão cristã da feminilidade e da família. Apesar de estar ligada a um suposto incêndio em uma fábrica têxtil
em Nova York, o “Dia Internacional da Mulher” tem fortes raízes nos movimentos socialistas e feministas do início do
século XX. Em 1910, a socialista alemã Clara Zetkin propôs a criação de um dia internacional para celebrar a luta das
mulheres trabalhadoras. Zetkin era uma feminista marxista e defendia a participação das mulheres na luta
socialista. Outro fato importante ocorreu em 1917, quando mulheres russas protestaram contra a fome e a
Primeira Guerra Mundial, levando à Revolução de Fevereiro. Após esse evento, o Partido Comunista adotou o 8 de
março como data oficial para celebrar a luta das mulheres, e a União Soviética institucionalizou a comemoração.
Não queremos negligenciar o fato de que esse movimento oportunizou a alfabetização feminina, o sufrágio e o
ativismo social. Entretanto, nem sempre foi assim, o movimento feminista a partir da “Segunda Onda” (década de
1960) abraçou pautas abertamente contrárias à moral cristã tradicional, indo contra a visão bíblica que sempre
manteve um compromisso da complementaridade entre os sexos. As expressões muito em foco hoje em dia
como: “empoderamento feminino”, “meu corpo, minhas regras”, esse espírito de independência, de que “o lugar da
mulher é onde ela quiser”, tem sido fortemente influenciado por essas ideologias identitárias oriundas desses
movimentos que muito distantes estão das Escrituras. Hoje, o enfraquecimento da família nos padrões bíblicos está
fortemente ligado a essas ideologias que colocam as mulheres contra os homens e vice versa. Isso sem falar na
ideologia de gênero.
No caminho oposto, o protestantismo sempre teve papel crucial na promoção da educação feminina e da
dignidade da mulher. Muitas escolas e hospitais fundados por missionários protestantes proporcionaram acesso à
educação e cuidados médicos para mulheres que, em várias sociedades, eram negligenciadas. Dentre nomes
relevantes na relação entre o protestantismo e a valorização da mulher, destaca-se Frances Willard, líder metodista
do movimento de temperança no século XIX, que promoveu a educação feminina e a moralidade cristã. No
contexto presbiteriano, mulheres como Sarah F. Denman foram influentes na expansão missionária, promovendo
a evangelização e a educação sem romper com os papéis bíblicos estabelecidos para homens e mulheres.
A Igreja Presbiteriana, mantendo sua visão bíblica, sempre teve uma postura de valorização da mulher dentro dos
princípios da Palavra de Deus. O papel da mulher no cristianismo é exaltado não pela luta por poder ou igualdade
no sentido secular, mas pelo serviço e pelo amor. Em seus ensinamentos, nosso Senhor Jesus deixou claro o
princípio de que todos devem glorificar a Deus com suas vidas. Dessa forma, a mulher cristã é chamada a viver uma
vida que glorifique a Deus, cumprindo seu papel com sabedoria e dedicação. Exemplos bíblicos como o de Priscila
(Atos 18.26), que ensinava em conjunto com seu marido, e de Maria, mãe de Jesus, que demonstrou humildade e
submissão à vontade divina, reforçam a importância da mulher dentro do plano de Deus.
Parabéns a todas as mulheres e que suas vidas reflitam a glória de Cristo no lar, na Igreja e na sociedade. Que
sejam mulheres, esposas, mães piedosas e servas fieis a Jesus e sua Palavra. Não vos conformeis com este século,
mas: “Avante companheiras, na causa de Jesus! Ativas no trabalho, servi enquanto há luz!”