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Família em tempos de pandemia!

FAMÍLIA EM TEMPOS DE PANDEMIA!

Salmo 127.1-2

A vida em família sempre foi uma agitação só! Acertos e desacertos, casa arrumada e casa desarrumada, encontros e desencontros, discussão aqui, outras vezes ali, filhos, netos, responsabilidades, compromissos, contas a pagar (e quase nunca contas a receber), e essa loucura chamada família, apesar de tudo, é onde nosso caráter é formado, nossa resiliência é construída e por meio dos fracassos e acertos de nossa vida em família, vamos aprendendo a encarar o mundo que nos cerca, vamos aprendendo a viver e entender que a família é a base de tudo na vida, é no núcleo mais íntimo onde aprendemos a sermos gente saudável e capaz de lidar com a agitação da vida.

Imagina isso agora em meio a pandemia. No período colonial, as famílias viviam de maneira muito semelhante ao modo como viveram por milênios nas sociedades tradicionais. A maioria das pessoas morava em fazendas ou em aldeias rústicas. O trabalho produtivo era feito em casa ou em seus anexos. O trabalho não era feito por indivíduos sós, mas por famílias ou casas. Uma casa era uma unidade econômica relativamente autônoma, abrangendo parentes, aprendizes, criados e trabalhadores assalariados. Lojas, escritórios e oficinas ficavam na parte da frente da casa, enquanto a família morava em cima, ou nos fundos. Isso significa que o limite entre casa e mundo era bastante permeável: o mundo entrava continuamente na forma de fregueses, colegas de profissão, clientes e aprendizes. Cada frente de loja era a parte da frente da casa, o marido e a esposa trabalhavam juntos o dia inteiro. Depois da escola as crianças iam para casa ajudar a abastecer estantes e operar a caixa registradora. Cada negócio era um genuíno empreendimento familiar.

O que significou a integração colonial de trabalho e vida para as relações familiares? Significou que marido e mulher trabalhavam lado a lado todos os dias, tomando parte no mesmo empreendimento econômico. Para a mulher colonial, casamento significava se tornar colega de trabalho do marido, aprender novas habilidades em açougue, ourivesaria, impressão ou estofaria, qualquer que fosse a habilidade especial que o trabalho do marido requeresse.

O marido e pai era considerando o cabeça da casa. A autoridade tinha uma definição muito específica: era um ofício divinamente sancionado que conferia o dever de representar, não seus interesses particulares, mas os de toda a casa. Maridos e pais não deviam ser dirigidos por ambição pessoal ou egoísmo, mas tinham de assumir a responsabilidade pelo bem comum da casa inteira.

Tudo isso mudou com a revolução industrial, pois o seu principal impacto foi levar o trabalho para fora de casa, alterando de forma drástica o papel do homem e da mulher. A casa deixou de ser o local de produção para ser o local do consumo. A mulher passou a ser dependente do salário do marido e a cuidar sozinha da casa, e o marido passou a ser alguém que só precisa colocar comida na mesa. Os homens desertaram do seu papel de pai e esposo e delegaram isso para as mães, que hoje se sentem frustradas porque não conseguem ser mães e não conseguem se dedicar ao trabalho fora de casa. Não consegue fazer bem nem uma coisa nem outra, gerando frustrações. Os homens perderam a integração tradicional na vida da casa e da família, e perderam o contato íntimo que desfrutavam com os filhos ao longo do dia. As mulheres perderam a participação que tinham na produção econômica.

A pandemia trouxe-nos uma oportunidade de aprendermos de uma certa forma com o retorno de papai e mamãe para dentro lar com o home-office. Os divórcios aumentaram, a violência doméstica, o abuso de álcool e outras drogas, porque não estávamos acostumados e este retorno ao período colonial. Assim precisamos levar a vida mais leve, dedicar mais tempo a sós com Deus, aprender a dar valor às pequenas coisas, valorizar as pessoas que estão conosco da nossa própria família e crer que Deus quer nos ensinar a viver em família a pesar das dificuldades.

Que Deus nos abençoe.