Lemos em Atos dos apóstolos a origem da Igreja cristã. A descida do Espírito Santo. A perseguição Judaica e
Romana contra o Cristianismo. A coragem dos apóstolos. O ensino apostólico nas epístolas sagradas. A era
missionária, com o apóstolo Paulo levando o Evangelho aos gentios. A Palavra de Deus sendo pregada e a
Igreja sofrendo perseguições por causa do nome de Jesus. Esta perseguição teve um fim proveitoso para a
Igreja: só ficou nela quem de fato era CRISTÃO. Os admiradores inconversos do cristianismo negavam
pertencer a Cristo quando vinham: o espólio dos bens, as torturas romanas, a perda dos privilégios sociais,
enfim, a morte.
A pureza do cristianismo era abominável aos olhos profanos dos romanos. Pena que não durou mais que
dois séculos. De perseguido o cristianismo torna-se a religião oficial do Estado. O astuto imperador Romano
Constantino, no ano 313 d.C., numa tentativa de unificação do Império, na busca de uma só língua, uma só
moeda, uma só religião que padronizasse o Império, declara o Cristianismo como religião oficial e abre as
portas da Igreja a inconversos pagãos. Uma proposta como esta hoje no Brasil, talvez fosse recebida como
“resposta de oração”, sendo este o desejo de muitos cristãos. Mas a história não deixa enganos. Foi a pior de
todas as “conquistas” da Igreja. Ela perdeu a sua identidade de Agência do Reino de Deus aqui na terra.
Todo o Império se tornou “Cristão” de uma noite para o dia. Os inconversos também eram batizados e
recebidos no rol da Igreja que ganhou muita glória humana e muita decadência espiritual. Todo tipo de
paganismo, superstições, orgias, idolatrias e mundanismos foram entrando na Igreja e encontrando seu
espaço, sem restrições e/ou disciplinas. O paganismo supersticioso misturou-se ao “cristianismo oficial” foi aí
que foram introduzidos dentro da Igreja alguns costumes pagãos.
No dia 31 de outubro de 1517, ao meio dia, na véspera da “Festa de Todos os Santos”, o monge
agostiniano, Martinho Lutero, fixou as 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha,
dando assim, o começo oficial da REFORMA PROTESTANTE, como é chamada (“Reforma” foi o movimento
religioso do Sec. XVI, que fez uma separação definitiva entre o Cristianismo e o Romanismo, voltando à
pureza da fé bíblica).
As teses de Lutero condenavam, entre outras coisas, a venda de indulgências (bula papal que garantia aos
fiéis a entrada no céu). Lutero deu o grito da Reforma, mas foi outro monge, convertido, nascido em Noyon,
na Picardia-França, que deu corpo doutrinário ao movimento; seu nome é JOÃO CALVINO, o reformador de
Genebra-Suíça. Foi ele quem elaborou o “Tratado da Religião Cristã” e sistematizou a doutrina Bíblica
Reformada, um retorno às Sagradas Escrituras. Daí veio a abertura do Evangelho, dando origem às Igrejas
evangélicas: Presbiteriana, Luterana, Batista, Metodista, Congregacional e etc.
A Reforma trouxe à tona os seguintes princípios:
1. SÓ AS ESCRITURAS é a Palavra de Deus.
2. SOMENTE PELA FÉ podemos ser justificados diante de Deus.
3. SÓ CRISTO salva. Ele é o único Mediador entre Deus e os homens.
4. SOMENTE PELA GRAÇA DE DEUS podemos ser salvos. A salvação vem de Deus e é gratuita.
5. GLÓRIA SOMENTE A DEUS. Deus é o único merecedor de toda honra e de toda a glória.
Cabe a nós, verdadeiros filhos e herdeiros da Reforma Protestante manter a pregação fiel da Palavra de
Deus e afirmar a nossa Fé Bíblica Reformada, de que as Escrituras Sagradas do Antigo e do Novo
Testamentos são a Palavra de Deus, a única regra de fé e prática que Deus deu à sua Igreja, e que são falsas
e perigosas todas as doutrinas e cerimônias contrárias a essa Palavra, e todos os usos e costumes
acrescentados à simples lei do Evangelho de Nosso Senhor e Salvador Jesus. A Ele toda glória!
Pr. Izaias Moreira da Cunha