A frase “Fecho os olhos para ver melhor” parece um paradoxo, mas revela uma
profunda verdade espiritual. Diante da partida do Reverendo Matatias Pereira Alves, no
domingo 30 de março.A visão humana enxerga apenas a dor da separação, mas a fé
nos convida a contemplar a eternidade que o aguarda (João 11:25-26). Como ensinava
João Calvino: “A fé é uma certeza que ultrapassa toda compreensão humana”. Hoje,
enquanto choramos sua ausência, fixamos nossos corações na esperança da
ressurreição.
Matatias, um amigo querido e pastor de longas décadas, foi cremado em uma
cerimônia tocante, que reuniu familiares, amigos e líderes cristãos, entre eles o
Reverendo Marcos Alves, filho da Igreja Presbiteriana Filadelfia, que teve a bênção de ser
pastoreado por ele. Foi um momento de despedida, mas também de celebração por
uma vida dedicada ao Reino.
Ele foi um notável pregador, um estudioso zeloso da Bíblia e da teologia reformada, cuja
paixão pela teologia sistemática inspirava todos ao seu redor. Sua atuação não se
limitou aos púlpitos: foi um mestre além das fronteiras eclesiásticas, dedicando décadas
à docência, formando gerações com sabedoria e firmeza. Sua partida deixa uma lacuna
profunda no presbiterianismo e em todos os corações que alcançou.
A Igreja Presbiteriana Filadélfia, uma das comunidades pastoreadas por ele, carrega em
sua história marcas indeléveis de seu ministério — marcas que se confundem com as
próprias “razões da história”, como costumava dizer. Seu legado não se apaga, pois as
sementes que plantou continuam frutificando.
A morte parece um fim, mas para o crente é a plenitude e porta da glória (Filipenses
1:21). Como um navio que desaparece no horizonte apenas para chegar ao seu destino,
Matarias agora habita na plenitude da presença de Cristo. Que, enquanto fechamos os
olhos para a dor temporal, possamos enxergar, pela fé, a luz eterna que já o envolve. “A
morte não é o extinguir da luz, mas o apagar do lampo porque o amanhecer chegou”
(Agostinho). Que o Deus da consolação guarde seus familiares e sua igreja, até o dia do
reencontro.