Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu,
como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. (1 Pedro 4.10)
Sempre vemos a Igreja como um campo fértil para o desenvolvimento de jovens em
diferentes áreas, servindo a Deus de formas distintas. Muitos se apaixonam pela
música, pelo ensino, pela liderança e assim têm sua iniciação na Igreja. Temos vários
exemplos, na história, de artistas que se tornaram virais que começaram a desenvolver
seus dons e talentos no ambiente eclesiástico. A verdade é que a Igreja, como
nenhuma outra instituição, abre as portas para o serviço. Como vemos no relato de
Pedro, somos despenseiros da multiforme graça de Deus, fomos abençoados com
dons diversos, e a essência da vida cristã é o serviço uns aos outros e ao Senhor.
Todavia, como em qualquer outra área da sociedade, temos diversos grupos de
afinidade com os quais nos relacionamos, e isso não é, necessariamente, um pecado.
O grande erro está em fecharmos as portas para os novos. Certa vez ouvi que o
problema não é ter panelas, e sim as tampas, pois são elas que impedem os novos de
entrar. Igrejas como a nossa, que já têm 42 anos, são uma bênção e um privilégio,
tendo em vista que a história nos inspira e nos emociona. No entanto, não podemos
nos esquecer de que a igreja é cíclica. Não ficaremos aqui para sempre. Por isso,
precisamos pensar em treinar a próxima geração, abrir espaço para os novos, ter
paciência para ensiná-los, discipulá-los e dar a eles as oportunidades necessárias.
Lembre-se meu irmão, a falta desse entendimento tem levado muitas igrejas à morte
ao redor do mundo.
Não somos donos da Igreja, fomos colocados nela para servir uns aos outros e ao
Senhor. E agora temos uma das mais incríveis bênçãos e responsabilidades do
cristianismo, nos tornarmos mentores das próximas gerações. Meus irmãos, os
grandes homens de Deus ao longo da história tiveram a bênção de ser mentoreados e,
depois, de se tornarem mentores. Primeiro Barnabé com Paulo, e depois o próprio
Paulo com Timóteo. A vida cristã é sobre dar e receber. Se hoje ocupamos cargos de
liderança na Igreja, é porque alguém, em algum momento, teve a confiança, a coragem
e o amor de investir em nossas vidas. Por isso, falo não apenas como o pastor da
juventude, mas como um jovem que foi treinado, que ainda hoje tem mentores e
constantemente está sendo ensinado. Abra espaço para os jovens da Igreja, invista nas
futuras gerações, e Deus nos dará grandes frutos.
Pr. Matheus Brezolim.