2 Crônicas 28:22–25; 2 Reis 16:10–11
O exemplo do rei Acaz é um retrato vívido do perigo de deixar que as influências do mundo tomem o lugar da confiança em Deus. Neste texto, as Sagradas Escrituras nos mostram o que acontece quando o coração se curva diante das pressões culturais e dos padrões humanos, em vez de se firmar na Palavra do Senhor.
Vivemos hoje em uma sociedade marcada pelo egoísmo e pela busca incessante por satisfação pessoal. O lema do nosso tempo é simples: “faça o que quiser, contanto que te faça feliz”. Se for preciso mentir, enganar ou ferir alguém para alcançar um objetivo, isso é considerado normal — “afinal, cada um deve correr atrás do que quer”. E, muitas vezes, parece que quem age assim está sempre à frente, enquanto aquele que procura viver de forma íntegra e fiel a Deus fica para trás. Asafe no salmo 73, ao relatar a prosperidade dos maus, deixa claro que este não é um fato novo. Mas a história de Acaz nos mostra onde esse caminho leva. Quando enfrentou tempos difíceis, o rei de Judá não se voltou ao Senhor, antes, escolheu imitar as práticas religiosas das nações pagãs ao redor. O texto de 2 Crônicas 28:22 destaca: “No tempo da sua angústia, cometeu ainda maiores transgressões contra o
Senhor.”
Repare na gravidade disso: foi justamente no tempo da angústia, o momento em que ele mais precisava buscar a Deus, que Acaz se afastou ainda mais. O sofrimento não o levou ao arrependimento, mas à rebeldia. Em vez de se humilhar, ele endureceu o coração. E assim, buscou ajuda e refúgio onde não havia salvação, construiu um altar semelhante ao de Damasco e o colocou no templo do Senhor (2 Reis 16:10– 11), corrompendo o culto e contaminando a adoração de todo o povo.
Essa atitude revela um padrão humano extremamente perigoso que ainda ameaça nossos corações, mesmo já sendo verdadeiros cristãos. Em tempos de angústia, somos tentados a buscar soluções rápidas, caminhos aparentemente mais eficazes, ou modelos de sucesso baseados no mundo. Isso porque somos extremamente visuais, e tendemos para aquilo que parece mais factível ou possível segundo nossas capacidades. Mas lembre-se que Deus não nos chama a imitar o que é popular ou normal, Ele nos chama a confiar nEle, mesmo quando Seu caminho parece mais estreito e difícil.
O apóstolo Paulo nos adverte em Romanos 12:2: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente.”
O chamado de Deus é claro: não devemos nos amoldar à cultura ao redor, mas ser instrumentos de transformação nela. O cristão não é um eco do mundo, é uma voz que aponta para o alto. Em um tempo em que o pecado é celebrado e a igreja é ridicularizada e descredibilizada, precisamos nos manter firmes, sendo a luz que denuncia as trevas e o sal que impede a corrupção.
Por isso, querido irmão, seja um instrumento nas mãos de Deus. Fale do evangelho de Cristo com ousadia. Mostre às pessoas que há um caminho melhor, o caminho da fé e da obediência, o caminho que conduz à verdadeira vida em Jesus. Não se conforme, não se cale, não ceda à pressão de uma geração que perdeu o temor do Senhor.
“Porque Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Timóteo 1:7).
Em tempos difíceis, mantenha sua fé firmada naquele que é imutável. Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre.
